Para o colecionador Shion L | Boobam

A Boobam Arte conta com o olhar atento de diversos profissionais do mercado.

Com o objetivo de investigar o que motiva os diferentes tipos de colecionadores, batemos um papo com a Shion - coordenadora de educação do MAM - sobre o que significa colecionar arte hoje, no Brasil. No fim da entrevista, você encontra uma seleção especial da pesquisadora com obras da nossa curadoria.

Qual é o seu conselho para quem quer começar a colecionar arte?

“Ainda que, muitas vezes, pelo desejo de uma fundamentação crítica que dê conta historicamente, ou culturalmente, de suas escolhas, os colecionadores, inconscientemente, imprimem nas suas coleções os seus cotidianos e repertórios passionais — e aos novos colecionadores é importante assumir esta pessoalidade das escolhas. Eu diria aos novos colecionadores para que abandonem, parcialmente, a ficção curatorial e assumam os motivos mais "mundanos" de suas escolhas.”

“Antes da aquisição de uma obra de arte, existe a apreensão de uma série de memórias, perguntas, desejos e repulsas, impressos nas experiências cotidianas — dar ouvidos ao que este encontro de movimentos diz pode contribuir para a escolha do que colecionar.”

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Quais são os elementos que você considera na hora de selecionar a obra de um artista? O que mais te chama atenção?

“Acho que a maneira com que o artista ou a obra se distancia de aspectos de produção vigentes, sobretudo em diálogo com o cenário da arte contemporânea. É importante observar como esse artista pode se apropriar de uma técnica, abordagem ou conjunto de decisões estéticas que tornem a produção original. Identificar a presença desses elementos pode ser um indicador relevante no momento da escolha.”

Sabemos que a arte contemporânea tem passado por um longo processo de investida no digital, principalmente pós-pandemia.

Como você enxerga movimentos como o da Boobam Arte no mercado brasileiro?

“Acredito que, com a presença do mercado de arte no digital, para além das mudanças referentes à flexibilização e aquisição de novas produções, o perfil do colecionador também mudou. E iniciativas como a Boobam Arte contribuem para a construção de um mercado de comunicações e negociações menos pretensiosas no campo arte, como é o caso da criação de uma plataforma cuja interação seja mais amigável com os artistas e menos burocrática com suas produções.”

“Em contato com hubs como a Boobam Arte, novos colecionadores têm a oportunidade de encontrar artistas com maior circulação de mercado, além de novos talentos.”