Residência Artística:Carolina Colichio.
Entrevista com a artista que integra a
primeira mostra da Boobam Arte em São Paulo.
Entrevista com a artista que integra a
primeira mostra da Boobam Arte em São Paulo.
– Eu comecei a perceber que as coisas foram se repetindo, assim, no trabalho, né? Ao começar pela pintura de observação, eu sempre analisei muito as cenas ou os objetos.
– Me interessa muito esse tempo da pintura em relação ao que está na tua frente, mas não no sentido de reprodução, de fazer igual, não é sobre isso.
– É sobre contar uma história de tempo. A aquarela permite essas camadas transparentes sobrepostas. Então, quando você está na frente de uma cena, da paisagem ou de um objeto, e essa luz vai mudando - o dia vai ficando mais claro ou mais escuro - através dessa pintura por camada, você consegue ir contando essa relação, sabe? Esse tempo mesmo.
– Eu acho que todo artista passa por isso: qual é a hora de parar? Quando o trabalho está pronto? São escolhas que a gente tem que fazer, na verdade
– Porque sempre dá para continuar, na pintura principalmente, já na aquarela, uma hora o papel vai falar “olha, daqui não passa mais”, enquanto na pintura a óleo você vai, vai e vai, na escultura também.
– Para mim, pelo menos, funciona muito com um sentimento. Mesmo assim, quando se entende que “chega, vamos parar aqui para começar outro” eu acredito que não tem muito isso…
- O dia que você tiver certeza de tudo, acho que precisa, no mínimo, mudar o material com que você está trabalhando. - Carolina Colichio