Vanessa Martins.
Entrevistas que passeiam por dentro da casa
(e mente) dos mestres da arte de morar.
Entrevistas que passeiam por dentro da casa
(e mente) dos mestres da arte de morar.
Uma casinha de esquina dos anos 1950, nunca antes reformada, encantou Vanessa logo à primeira vista. Localizada no bairro Planalto Paulista, em São Paulo, bem pertinho de seu escritório, o Sala2, a casa pareceu ideal para abrigar os sonhos e as necessidades dela e do marido.
“Por ser de esquina permitia uma boa conexão do quintal com os ambientes internos. Como sempre moramos em casas, estamos acostumados a ter contato com o verde. Achamos isso fundamental para se viver bem”, diz ela.
“O layout era completamente diferente do que
é hoje. A escada ficava no meio da sala, o que atrapalhava bastante o fluxo e compartimentava os ambientes. No segundo andar tinha apenas uma suíte e um dormitório sem banheiro”,
lembra ela.
Após dois anos em obra, o sobrado ganhou a configuração atual. No primeiro pavimento está a sala de estar integrada a de jantar e à cozinha – tudo aberto para o jardim por meio de portas de correr, cujos caixilhos são embutidos na parede criando um vão livre para o exterior. No andar superior foram acomodadas duas suítes, sendo uma delas com varanda para abrigar as tão desejadas plantinhas.
“Além da modificação no layout, com a reforma consegui trazer bastante luz e ventilação naturais para o interior”, aponta.
A casa é pequena, mas tem a
metragem ideal para o jovem casal,
que gosta de receber amigos, mas
nem tanto de cozinhar.
“Nós não temos muitas aptidões
na cozinha. Então, precisávamos
ter esse ambiente bem integrado
para não deixar quem estivesse na
função da comida de castigo, isolado
de todo mundo”, conta, rindo.
“Nos interiores optei por usar bastante material natural para trazer mais aconchego. O revestimento da bancada da cozinha é de madeira de demolição e o piso e degraus da escada também tiraram proveito da beleza e conforto da madeira.”
Os espaços ganharam móveis de designers contemporâneos, como Alessandra Delgado, Bianca Barbato,
Alva Design e Flavia Del Pra, entre
outros, e também peças assinadas
pelo arquiteto Arthur Casas, com
quem Vanessa trabalhou por dez anos,
antes de fundar seu próprio escritório.
“A mesa de jantar é desenho dele.
Ele me autorizou a usar, assim como
outros móveis que estão aqui”, diz.
Apesar de acostumada a lidar com os clientes das casas e apartamentos que projeta, ela brinca que ter o marido como cliente no projeto de sua própria residência não foi tarefa simples. “Quis estabelecer essa relação para que ele pudesse participar da reforma tanto quanto eu. Não queria que a casa tivesse apenas a minha cara. Eu tinha as ideias e aprovava com ele, enquanto ele também me trazia aquilo que considerava importante. A varanda no quarto, por exemplo, foi uma demanda dele”, conta Vanessa.
Assim, a arquiteta conduziu o projeto de reforma a quatro mãos com o marido e conseguiu criar um cantinho ideal para os dois. E a verdade é que a casa nunca vai estar pronta, sempre vai ter algo novo chegando e peças antigas ocupando lugares diferentes. “Os ambientes seguem o ritmo da vida que se desenrola dentro deles”, finaliza ela.