Residência Artística:Ding Musa.
Entrevista com o artista que integra a
primeira mostra da Boobam Arte em São Paulo.
Entrevista com o artista que integra a
primeira mostra da Boobam Arte em São Paulo.
– Meu pai é artista e fotógrafo. Ele dá aula de fotografia no Departamento de Artes Plásticas da Faculdade de Comunicação da USP. Acho que desde pequeno eu já venho tendo contato com arte.
– Independentemente disso, acho que sempre houve essa índole questionadora… esse gosto por arranjar problemas. Desde criança percebo presente essa coisa questionadora, que é muito própria do artista.
– Eu comecei pela fotografia, com uns 13/14 anos. E, mesmo depois de sair dela, eu percebi a sua importância no meu trabalho e, principalmente, como seria o jeito que eu escolheria lidar com ela. As pessoas estão sempre presas à imagem fotográfica como imagem de alguma coisa. Eu tiro mais foto do nada que tem nas coisas: uso a foto para falar do que não está ali.
– É engraçado pensar nisso, porque tenho muitas referências de fotógrafos, mas estilisticamente acho que você não consegue vê-las com tanta clareza no meu trabalho.
– Joel Stanford é um fotógrafo que eu gosto muito, Meyerowitz, que por acaso se chama igualmente Joel, também. Existem vários fotógrafos documentais que adoro, Gordon Parks, por exemplo, você talvez não veja uma relação direta, Lee Friedlander, talvez veja um pouco…
– Eu penso a imagem fotográfica muito mais como uma construção do que, propriamente, como um documento. Ela é documento dessa construção que também é conceitual. Meu trabalho é sempre de dar um nó, eu acho, nessas formas de olhar as coisas, fazendo que você, como observador, se entenda parte daquela obra ali.
– Agora eu estou em uma fase de interesse pela psicanálise, pensando muito nesses mecanismos emocionais, de se estruturar e de lidar socialmente com o outro. E a obra de arte também tem um pouco disso, ela é uma construção de linguagem que te propõe formas de lidar com o mundo e com ela mesma. - Ding Musa