Arma airsoft, resina epóxi, embalagens de Dadinho, acrílica e bala de fuzil fundida.

Um ícone americano é o do herói com um “ideal na cabeça e uma arma na mão”. Aqui, Gosling revisita este conceito lidando com diversas ironias.

A principal está na substituição das frias balas mortais de uma arma real por doces Dadinho. Lançados em 25 de janeiro de 1954, entre as numerosas comemorações do IV Centenário da Cidade de São Paulo como as inaugurações do Parque do Ibirapuera e do Obelisco – Mausoléu do Soldado Constitucionalista de 32, os doces macios e em formato de dado são feitas à base de amendoim e produzidos originalmente pela empresa Dizioli.

O produto chamava-se IV Centenário, mas, devido ao seu formato, logo começou a ser chamado popularmente Dadinho, e a fabricante adotou o nome. Além de conquistar as pessoas pelo sabor, o doce tinha uma inovação: a embalagem com papel de cor prata metalizado.

Ainda em relação ao material, as comemorações dos 400 anos de São Paulo trouxeram outra novidade: aviões jogaram, à noite, triângulos de papel prateado, que, ao serem iluminados no ar por holofotes, brilhavam, criando o que ficou conhecido como “chuva de prata”.

Além disso, existe ainda a expressão “bala de prata”, usada como o único meio de eliminar bruxas, lobisomens e outras figuras mitológicas, e ainda possui a conotação de designar uma solução simples e certeira para um problema complexo. Para o artista, perante as dicotomias da vida, atirarmos doces de vida no lugar de balas de morte é a alternativa ideal.