Na série a verdade sobre a nostalgia apresentamos um recorte da produção de Renato
Gosling sobre o imaginário de um Brasil possível. Com grande referência na pop art, Renato
se apropria de objetos promovendo um deslocamento poético onde evoca tanto memórias
afetivas, de infância, da escola, da casa enquanto propõe uma reflexão crítica sobre a
nostalgia.
Em Giz, o artista explora a materialidade de um objeto ainda muito presente na educação
brasileira. Conhecido como “giz de lousa”, ou mesmo “giz de professor”, o material riscante
hoje feito em grande parte de gesso, mas que já foi de giz natural e remonta ao uso do
calcário por romanos e egípcios, é mais do que uma tecnologia que remete ao ensino. O Giz
é um símbolo de algo que facilita a comunicação entre iguais e mais ainda entre distintas
civilizações. Se quisermos ir ainda mais longe, o ato de se riscar em paredes pode chegar às
primeiras comunidades humanas. No entanto, nas obras de Renato o giz se torna superfície,
contradizendo seu uso comum. O que riscava passa a ser textura, cor e volume. Nos quadros
é possível notar a influência do minimalismo, do abstracionismo geométrico, todavia são nas
pequenas imperfeições não premeditadas que o material ganha vida. Renato incorpora essa
“briga”, mantendo os resquícios de cor quando colados e arrancados, ou nas curvas que se
insinuam devido à falsa impressão de que produtos industrializados são idênticos. Aqui cabe
uma reflexão sobre o paradigma da filosofia da diferença .
Jhon Erik Voes
Detalhes da técnica
Giz sobre tela
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