Tudo começa na natureza no trabalho de Juliane Fuganti. É lá que estão as imagens, as lembranças, a voz que inicia o diálogo a que ela responde com um entrelaçamento de técnicas e observação atenta. Surgem selvas, mundos de luz e força vital, jardins floreados com memórias afetivas escondidas sob pedras, atrás das folhas das árvores que plantou. Tomar a paisagem natural como tema não resume o seu trabalho, já que esse lugar é para onde ela se transporta e nos leva para imaginar. Através da pintura, gravura, fotografia e cerâmica, Fuganti inventa e cria marcas nesse jardim imaginário com linguagens que não são por acaso: a forte tradição com a gravura envolve as outras técnicas para criar impressões duradouras. Suas obras mostram imagens quase bucólicas, mas feitas de incisões, cortes, gestos expressivos e marcações cuidadosamente contidas nas entranhas. Seu trabalho grava em nós as coordenadas para um lugar novo, ora familiar, ora enigmático.