A série fragmentada foi a expressão de sentimentos de impotência, revolta, melancolia, injustiça.

Diante de um cenário de guerra, bombardeio de informações partidárias, e muitos que foram arrastados para o caos, meu pensamento não saía das crianças, idosos e famílias atingidas. A dor e desespero me acompanhavam todo o tempo, me impedindo, em muitos momentos, de seguir minha vida e cumprir minhas obrigações.

Até que consegui começar a expressar toda essa angústia no barro. E as formas foram se compondo de uma maneira compulsiva, e essa série se formou. Houve uma ânsia em produzir, em exteriorizar essa massa cinza que carregava. E as formas demoraram a se esgotar em mim, algo inédito até então.

A peça "Descontrole" foi a primeira que fiz e ela saiu tão naturalmente, como se fosse óbvio o que eu queria produzir. É a desordem caótica, o total descontrole do que estava ocorrendo e como foge de nosso poder intermediar e freiar esse cenário.