“Casa-traça” torna-se uma obra silenciosa, que apenas um olhar atento as encontra. As casas de traças apresentam-se geralemnte próximas a tapeçarias de lã, como que se utilizassem desta lã para confeccionar seu próprio casulo. Inimigas das tapeçarias, dos tapetes e tecidos, as traças atuam de maneira silenciosa destruindo tramas, consumindo parte de obras, vestuários, objetos além de grãos e alimentos. Tinea pellionella/Midas é o nome científico para esta mariposa que enquanto larva forma um casulo tubular. A utilização desta traça na poética de Ramos que também trabalha com lã de carneiro e tapeçaria em sua produção, traduz a fragilidade de um tapete diante de um inseto tão pequeno que atua nas sombras. Por meio de um pequeno molde de silicone, o artista captura a forma original de uma casa de traça que fabricou seu casulo com a lã original de um tapete afegão de sua coleção particular, e a transforma em uma peça em ouro que serve de adorno de obra de arte ou valorização de cantos de parede. Escolher uma traça que consumiu um objeto de estudo, abre um ciclo e ao mesmo tempo encerra-se outro nesta pesquisa em que Laerte trabalha simultaneamente em na pesquisa com a série “Nós do Caos”. Esta obra também faz menção a sua experiência com marcas de roupa, moda e técnicas que utiliza na confecção de suas jóias na marca Odkaz - joias contemporâneas em prata e ouro.