KONX OM PAX é um baralho autoral, comissionado pela revista Amarello e desenvolvido por Mateus Acioli em 2021. É um híbrido de cartas jogáveis e ferramenta de divinação. Desenha uma versão íntima e subjetiva dos processos alquímicos de transmutação da matéria e traça um paralelo sutil com o processo de individuação proposto por Jung. Ao meu ver são ideias similares que utilizam códigos diferentes, consistentes com suas respectivas eras, mas que buscam incentivar a mesma jornada de autoconhecimento. As imagens fazem referência ao meu cânone imagético pessoal e mesclam Kenneth Anger, símbolos alquímicos, Pieter Bruegel, objetos ocultos, Jandek, entre outros. Seus significados podem ser inferidos através do olhar do observador e, como no Tarot, suas combinações têm o potencial de criar narrativas infinitas e trazer novas perspectivas e horizontes internos. O título, numa tradução livre, diz "luz atravessando um feixe único" e remete ao ritual de iniciação dos Mistérios de Elêusis, praticados na antiguidade. Também foi apropriado por Aleister Crowley para um livro de mesmo nome, considerado leitura essencial para estudantes do oculto.