Almofada da Costa

O trabalho com a lã natural no Rio Grande do Sul tem um papel significativo na vida social e econômica das mulheres. Em muitas comunidades, especialmente nas regiões rurais, a lã é uma das poucas fontes de renda direta para as mulheres, além de ser uma forma de expressão artística que reflete a relação delas com o meio ambiente e com suas raízes culturais.

Historicamente, as mulheres gaúchas sempre estiveram ligadas ao trabalho no campo, mas também desempenharam um papel crucial na preservação das tradições culturais, como a música, a culinária e as artesanato. O trabalho com lã se tornou uma extensão desse papel multifacetado, conferindo às mulheres não apenas uma fonte de sustento, mas também uma forma de afirmar sua identidade e fortalecer os laços comunitários. Ao criar com as mãos, elas não só perpetuam os saberes ancestrais, mas também reivindicam espaço na sociedade, especialmente em tempos onde o trabalho rural e artesanal muitas vezes é desvalorizado.

A feltragem e o uso de lã natural tornam-se, assim, uma forma de resistência e de empoderamento feminino. Ao valorizar e preservar esses saberes, as mulheres gaúchas também se conectam com um legado histórico que se estende por gerações. Elas são, de fato, as guardiãs de uma tradição que traz em si o reconhecimento da importância de sua arte, que vai muito além do utilitário, tornando-se um veículo de expressão cultural e de fortalecimento da comunidade.